Por volta de 18:00h, uma concentração de ciclistas, monociclos, skates e bicicletas chamavam a atenção de quem transitava na Cinelândia.
Era o início da manifestação Massa Crítica, realizada ontem no Rio de Janeiro, como forma de protesto pelo atropelamento intencional de um grupo de ciclistas no último dia 25, em Porto Alegre.
O apoio às vitimas de POA trouxe para as ruas do Centro da Cidade aproximadamente 150 manifestantes, que durante duas horas reivindicaram por tolerância, gentileza e paz na convivência entre motoristas e ciclistas nas vias públicas.
O início do trajeto foi no cruzamento da Rua Santa Luzia com a Avenida Rio Branco, onde os ciclistas deitaram-se no chão para simbolizar de maneira impactante o cenário do atropelamento coletivo. Este gesto intitulado de “die-in” costuma ser usado em manifestações para representar e denunciar tipos de violência, e foi repetido algumas vezes nos cruzamentos das ruas principais do percurso.
A partir de então, uma faixa escrita “PAZ” ficou a frente do movimento, mostrando aos que passavam que não se tratava de um passeio de bicicleta, e sim, de um protesto em solidariedade aos ciclistas.
Além da faixa, a paz também foi representada pela entrega de rosas brancas aos motoristas e pedestres, garantindo em muitos um sorriso de apoio à causa.
Enquanto isso, outros motoristas expressavam a sua desaprovação através de buzinaços, reclamações e xingamentos.
Devido ao engarrafamento causado com o fechamento da rua, motos da Prefeitura com o auxilio de viaturas da PM intercederam na organização do trânsito e na segurança em todo o percurso (embora algumas vezes estes fossem os responsáveis por pequenas truculências e discussões). Dessa forma, a faixa da direita foi liberada para os veículos motorizados, enquanto a da esquerda, para a manifestação.
Um dos momentos de grande impacto visual foi a parada do grupo em frente ao Palácio Tiradentes (Assembléia Legislativa), onde os manifestantes subiram as escadas com suas bicicletas e as levantaram evidenciando a força do protesto.
Sob chuva, o grupo seguiu as ruas ao som de frases como “Um carro a menos, uma bike a mais”, “Atropelar ciclista não é acidente” e “Mais amor, menos motor”.
Além dos “gritos de guerra” que no decorrer do percurso foi ganhando fervor com o apoio de pedestres e pessoas em marquises, a indignação dos integrantes também era traduzida através de cartazes: “Ciclista não é vidente. Ligue a seta”, “Trânsito gentil”, “Você também é pedestre quando não ta no volante, respeite”.
Além das rosas brancas, panfletos foram distribuídos aos motoristas e pedestres, chamando a atenção para o direito do ciclista na utilização das vias públicas com segurança.
A manifestação que durou em torno de duas horas saiu da Cinelândia, percorreu a Rua Santa Luzia, Av. Presidente Antônio Carlos, Rua 1º de Março, Av. Presidente Vargas. Av. Rio Branco, retornando ao seu ponto inicial sob uma chuva de aplausos.
Jornalista da VeliMobi
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